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Vivemos em uma época sem precedentes.

Se na Grécia antiga tínhamos a ágora, na qual se debatiam os assuntos que pautavam a sociedade; hoje, temos a ágora digital, na qual trafegam toneladas de informações que podem vir ou não ser verdadeiras ou relevantes. 

Da era da informação, na qual tivemos a democratização do conhecimento, estamos em transição para a era da reputação, segundo a pesquisadora italiana Gloria Origgi.

Em seu artigo “Say goodbye to the information age: it’s all about reputation now” [1], Gloria aponta que temos ainda outra consequência: “…o acesso muito maior à informação e à sabedoria que temos hoje não nos empodera ou nos faz mais autônomos cognitivamente. Em vez disso, estamos mais dependentes dos julgamentos e avaliações de outras pessoas a respeito da informação que se coloca diante de nós.”

Ou seja: este excesso de informações de nada tem valor se estas mesmas informações não passarem por um processo de chancela, de credibilidade, que as ratifiquem como verdade. Em época de fake news e uso de big data e inteligência artificial para influenciar a sua opinião política, o que é necessário dizer a mais sobre isso? Gloria resume:

“Estamos experimentando uma mudança de paradigma fundamental em nossa relação com o conhecimento. Da ‘era da informação’ estamos rumando em direção à ‘era da reputação’, em que a informação só terá valor se já vier filtrada, avaliada e comentada por outros. Vista sob essa ótica, a reputação se tornou um pilar central da inteligência coletiva hoje. É a guardiã da sabedoria, e as chaves do portão estão em poder de outros.”

Gloria Origgi

E em seu livro “La réputation” (de 2015), Origgi desconstrói a ideia de que conhecemos o mundo para só depois o avaliarmos. Para ela, “é o inverso que é real: avaliamos o mundo para o conhecer. Seria a partir de uma avaliação prévia da mensagem, do canal, do emissor, que processamos a informação. E é por isso que é tão importante fazer uma análise aprofundada dos diferentes mecanismos sociais da reputação, desde a que é construída informalmente pela interação cotidiana à que se formaliza em sistemas baseados no peso da autoridade, como a reputação acadêmica, a do gosto artístico ou a das agências de rating”. [2] E não é exatamente assim nas relações humanas? Nós primeiro avaliamos pelas primeiras impressões, para depois processarmos o que estas impressões significam.

O caminho reputacional

Como ter certeza se essa ou aquela informação tem ‘lastro reputacional’? Na era da reputação, as nossas avaliações não devem se ater somente ao conteúdo, mas à rede que orbita em volta deste conteúdo, ou seja, quem divulgou, endossou e chancelou este conteúdo. Gloria explica:

“Sempre que estivermos a ponto de aceitar ou rejeitar informações novas, deveríamos nos perguntar: de onde vem? A fonte tem boa reputação? Quem são as autoridades que acreditam nisso? Quais são minhas razões para acatar essas autoridades? Tais questões poderão nos ajudar a ter uma compreensão melhor da realidade do que tentar checar diretamente a confiabilidade da informação em questão”.

Neste oceano de informações e batalhas de narrativas, existem organizações que realmente fazem a diferença no mundo. Porém, elas não estão sendo ouvidas; suas causas não estão sendo debatidas; suas bandeiras não estão sendo fincadas.

A comunicação organizacional como recurso essencial

A comunicação organizacional, neste contexto, ganha tremenda importância. Trata-se de uma verdadeira arma contra a desinformação.

E ela que proverá à organização a capacidade de pautar narrativas na sociedade; de defender suas causas; de ser ouvida; é ela que proporcionará à organização a justa credibilidade e ajudará na geração de confiança com a qual organização colherá muitos bons frutos.

Assim, a comunicação organizacional é CHAVE para o protagonismo que uma organização necessita para:

  • Colocar na pauta da sociedade suas causas
  • Ter a oportunidade de contar histórias de transformação
  • Angariar o apoio da opinião pública, seja por meio de doações, parcerias etc.

No fim do dia, é importante que as organizações estejam sempre zelando pelas suas marcas, de modo que sua reputação esteja sempre ilibada – à prova de crises – e usufruindo das benesses de narrativas positivas.

Por meio da comunicação organizacional, a marca terá a possibilidade de potencializar o seu legado e impactar ainda mais pessoas.

Fontes:

[1] https://aeon.co/ideas/say-goodbye-to-the-information-age-its-all-about-reputation-now
[2] https://www.publico.pt/2016/04/26/culturaipsilon/critica/o-elefante-escondido-da-reputacao-1729491

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